terça-feira, 4 de maio de 2010


Produção de Celulose Bacteriana: um material para o presente e para o futuro

Apesar da celulose vegetal ser a primeira no quesito de maior produção mundial e na memória da maioria das pessoas, um novo e promissor material está sendo estudado e desenvolvido, com a mesma fórmula molecular, mas com propriedades singulares, este material é a Celulose Bacteriana.


Levando em conta as dimensões nanométricas das fibras da Celulose Bacteriana (CB), que contrastam com as fibras de ordem micrométrica da celulose vegetal (que são 1000 vezes maiores), leva a incríveis aplicações que passam pela área médica, no desenvolvimento de materiais para regeneração de tecidos lesionados, aplicações em diagnósticos mais rápidos e de menor custo com os biosensores; até aplicações em áreas completamente diferentes, como é o caso dos dispositivos fotocrômicos, que mudam de cor em função da luminosidade, aplicações em fotônica, nos dispositivos de OLEDs (organic light emission diodes), filtragem e separação de resíduos tóxicos, biorremediação, nanomateriais, nanocompósitos, híbridos orgânico-inorgânicos, baterias, células combustíveis, entre outros.




O primeiro registro do aparecimento da celulose bacteriana data do século 19, encontrada em colônias de Gluconacetobacter xylinus em frutas em decomposição, mas a sua produção apenas começou a ser difundida e melhorada recentemente, e os maiores rendimentos de CB estão por volta de 15-20 g/L, em laboratório. Hoje, para alívio dos produtores de Eucalipto, o rendimento da CB ainda não tem competitividade com a celulose vegetal, com isso, seu preço ainda não é um atrativo, apesar de ser não tóxica, livre de impurezas, de fácil obtenção e de propriedades ímpares.


Na Ásia a CB é conhecida por seu uso na alimentação, sendo chamada de Nata de côco, que se assemelha muito com a nossa Maria Mole, mas com um sabor particular. É produzida em recipientes contendo diferentes tipos de chás, que servem como meio de cultura e atuam como fonte de carbono para os microorganismos.

Agora, existe um grande esforço para difundir as aplicações desse material para a indústria e a população, e ao mesmo tempo ampliar a aplicabilidade, trabalho realizado por químicos, físicos, farmacêuticos, engenheiros e biotecnólogos de algumas universidades brasileiras, como o Instituto de Química da UNESP de Araraquara, que tem várias linhas de pesquisa com este material bastante interessante.


Igor Donini

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